Com o objetivo de discutir estratégias nacionais para que o Brasil cumpra o compromisso de eliminação das hepatites B e C até 2030, assumido junto à Organização Mundial de Saúde (OMS), técnicos da Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO) participarão do ‘II Seminário Diálogos Para a Eliminação das Hepatites B e C: O Caminho Para Eliminação e Ações nos Territórios’. O evento, que ocorrerá de 08 a 09 de julho em Brasília, faz parte do Julho Amarelo, mês dedicado à luta contra as hepatites virais, e é promovido pelo Ministério da Saúde (MS) para aumentar a visibilidade e o enfrentamento dessa doença.
Durante o seminário, será oficialmente lançada a inclusão de estados e municípios no processo de certificação de eliminação das hepatites virais, uma iniciativa que já existe para sífilis e HIV, especialmente em gestantes.
Alinhamento de estratégias
Francisco Teixeira Neto, gerente de Vigilância das Doenças Transmissíveis da SES-TO, destacou a importância do evento: “Vamos alinhar as estratégias nacionais para o enfrentamento das hepatites virais, principalmente a hepatite C, que o Brasil se comprometeu a eliminar até 2030. O tema é uma prioridade para o Ministério da Saúde, que está chamando os estados para fazer o alinhamento necessário, fortalecendo as vigilâncias, qualificando a assistência e disseminando informações para a população.”
Tobias Saraiva, enfermeiro da Área Técnica das Hepatites Virais da SES-TO, acrescentou: “A participação do Estado no evento é fundamental para planejar, organizar e executar ações de promoção e prevenção das hepatites virais. Será necessário o empenho da gestão e dos municípios, unindo esforços para eliminar essa doença silenciosa e de grande relevância epidemiológica.”
Dados preocupantes
De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), em 2024, 53 pessoas foram acometidas por hepatites virais no Tocantins, sendo 04 por hepatite A, 23 por hepatite B e 22 por hepatite C.
Sintomas e prevenção
As hepatites virais são causadas por diferentes vírus (A, B, C, D, e E) e podem apresentar sintomas como cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Existem testes rápidos para detecção dos vírus B e C disponíveis no SUS, recomendados pelo menos uma vez na vida para todas as pessoas, e periodicamente para populações mais vulneráveis.
Para prevenir a hepatite A, é importante lavar as mãos com água e sabão após ir ao banheiro, trocar fraldas e antes de cozinhar ou comer, além de usar água tratada, saneamento básico e higienizar adequadamente os alimentos. As hepatites B e C podem ser prevenidas evitando contato com sangue contaminado, usando preservativos em relações sexuais, exigindo materiais esterilizados ou descartáveis e não compartilhando itens de uso pessoal.
Transmissão e vacinação
A hepatite A é transmitida por contato íntimo ou através de alimentos e água contaminados. Já as hepatites B, C e D são transmitidas por contato com sangue e hemoderivados, podendo também ser passadas por contato sexual e de mãe para filho. A hepatite C tem maior incidência em indivíduos acima dos 40 anos ou com fatores de risco elevados.
Desde 2014, crianças de 15 meses até menores de 5 anos recebem a vacina contra hepatite A, o que reduziu drasticamente sua incidência. A hepatite B também pode ser prevenida por imunização, enquanto a hepatite C não possui vacina. A imunização para hepatite B está disponível para populações especiais, como pessoas vivendo com HIV/Aids, portadores de doenças hepáticas crônicas e outras situações de imunossupressão.
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