Medical practitioner asking patient questions from the list

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam: em todo o mundo, um em cada nove homens será diagnosticado com câncer de próstata durante a vida. No Brasil, os números ganham ainda mais relevância quando observados os indicadores do Instituto Nacional do Câncer (Inca), que mostram que a cada 38 minutos um homem morre devido à doença no Brasil.

No mês de alerta para o câncer de próstata, o “Novembro Azul”, a incidência da doença preocupa, mas também chama a atenção para diversos fatores que expõem o público masculino a diversas outras doenças e muitas delas relacionadas à questão comportamental, explica o médico de família, Dr. José Guilherme Oliveira.

“Não é apenas no mês de alerta para o câncer de próstata que os homens precisam estar atentos aos cuidados com a saúde. Pelo contrário! A data é um sinal de alerta para o cuidado com a saúde do homem como um todo. É muito comum observarmos que os homens tendem a priorizar outras agendas e deixar um pouco de lado os cuidados preventivos. Por isso é tão importante um acompanhamento integral desde os primeiros anos de vida. Quando o paciente se desenvolve consciente quanto a importância dos cuidados, o índice de engajamento com a jornada de atenção à saúde é maior”, explica.

Ainda de acordo com o especialista, o acompanhamento mais próximo vai além da forte relação construída ao longo dos anos e proporciona um histórico de saúde que permite um cuidado mais direcionado, em caso de alguma necessidade mais específica.

“O histórico do paciente é fundamental para que, de forma conjunta, possamos proporcionar um cuidado assertivo, além de promover melhoras significativas na qualidade de vida, na manutenção da saúde, nos cuidados com diversas doenças”.

O impacto da pandemia na saúde masculina

Outro dado que o médico observa com preocupação é baseado no Painel Oncologia Brasil (Datasus), chamando atenção para a incidência de cânceres urológicos masculinos registrados no país entre 2019 e 2022. Segundo os indicadores, houve uma redução de 47% no diagnóstico de câncer de próstata, mas a queda pode estar associada a um fator preocupante.

“Estamos falando de um período de pandemia, em que por medidas de restrição, muitos pacientes deixaram de lado os exames de rotina. Acredito que este é um dos impactos negativos da crise sanitária e pode estar relacionado à essa redução no número de diagnósticos. Por isso, é preciso atenção redobrada neste novo momento em que estamos, para observar se haverá um crescimento de diagnósticos mais tardios ou agravamento da doença devido à demora na detecção de tumores.”

O médico alerta para os dados da Sociedade Brasileira de Urologia, que apontam que cerca de 25% dos pacientes em tratamento contra o câncer de próstata perdem a batalha contra a doença. Ainda de acordo com a entidade, em todo o país, cerca de 20% dos casos deste tipo de câncer são diagnosticados em fase avançada. Percentuais que alertam para a importância dos cuidados preventivos, explica o especialista.

“Quando estamos mais próximos dos nossos pacientes, podemos indicar e monitorar toda a rotina de cuidados que passam por exames de rotina como hemograma, eletrocardiograma, colesterol e glicemia. São informações que entram para um histórico da saúde e nos permite ter mais clareza quando algo está fora de ordem”, afirma.

O médico explica também que em caso de doenças oncológicas, o diagnóstico precoce tem impacto determinante no tratamento. “Diagnósticos tardios podem resultar no pior prognóstico, gerar tratamentos mais invasivos e desfechos menos favoráveis aos pacientes. Por isso, se cuide. Investir em prevenção e priorizar a saúde são sempre as melhores opções”, conclui.

O Câncer de próstata*

O Ministério da Saúde explica que o câncer de próstata é o tumor que afeta a próstata, glândula localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra, canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis. O câncer de próstata é o mais frequente entre os homens, depois do câncer de pele. A doença é confirmada após fazer a biópsia, que é indicada ao encontrar alguma alteração no exame de sangue (PSA) ou no toque retal, que são prescritos a partir da suspeita de um caso por um médico especialista. As células são as menores partes do corpo humano. Durante toda a vida, as células se multiplicam, substituindo as mais antigas por novas. Mas, em alguns casos, pode acontecer um crescimento descontrolado de células, formando tumores que podem ser benignos ou malignos.

Sintomas*:

De acordo com o Ministério da Saúde, na fase inicial, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas e, quando apresenta, os mais comuns são: dificuldade de urinar; demora em começar e terminar de urinar; sangue na urina; diminuição do jato de urina; necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.

Fatores de risco*:

Segundo o Ministério da Saúde, alguns fatores podem aumentar as chances de um homem desenvolver câncer de próstata, como:

Idade: o risco aumenta com o avançar dos anos. No Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos.

Histórico de câncer na família: homens cujo pai, avô ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos, fazem parte do grupo de risco.

Sobrepeso e obesidade: estudos recentes mostram maior risco de câncer de próstata em homens com peso corporal mais elevado.

Exames para investigar sintomas*:

O Ministério da Saúde explica que para investigar sinais e sintomas de um câncer de próstata e descobrir se a doença está presente ou não, são recomendados dois exames iniciais.

– Exame de toque retal: o médico avalia tamanho, forma e textura da próstata, introduzindo o dedo protegido por uma luva lubrificada no reto. Este exame permite palpar as partes posterior e lateral da próstata.

– Exame de PSA: é um exame de sangue que mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata – Antígeno Prostático Específico (PSA). Níveis altos dessa proteína podem significar câncer, mas também doenças benignas da próstata.

*Fonte: Ministério da Saúde

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