Professores e acadêmicos protestam contra mudanças na eleição do reitor da UnirG

Nesta segunda-feira, 22, a frente da Prefeitura de Gurupi foi palco de um protesto marcante, onde professores e acadêmicos expressaram sua indignação diante das mudanças propostas na eleição do próximo reitor e vice-reitor da UnirG.

Sob a liderança do grupo S.O.S. UnirG, o movimento denuncia a falta de ética nas alterações previstas na Lei Orgânica do Município, especialmente em relação à introdução da lista tríplice como novo procedimento na escolha dos líderes da academia.

Os discursos inflamados ecoaram contra as mudanças legais, destacando o Projeto de Lei 2.699/2011, aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados, que elimina a lista tríplice para a nomeação de reitores em universidades federais.

Em Gurupi, o debate se concentra no Artigo 95-A, que determina que o próximo reitor e vice-reitor da UNIRG serão selecionados pelo chefe do Poder Executivo a partir de uma lista tríplice composta pelos três candidatos mais votados na eleição. No entanto, o parágrafo IV deste artigo concede ao prefeito o poder de escolher entre os professores da universidade caso a lista tríplice não seja enviada ou esteja incompleta.

As novas regras também impõem requisitos rigorosos para os candidatos, exigindo que tenham mais de cinco anos de experiência como docentes na UNIRG e que não tenham sido condenados em processos disciplinares nos últimos cinco anos. O movimento S.O.S. UnirG, embora reconheça a legalidade das mudanças, condena veementemente sua falta de ética e moralidade, exigindo transparência e justiça no processo de escolha dos líderes acadêmicos.

A manifestação foi carregada de simbolismo, com a presença de dois caixões que representavam o “velório” da autonomia da universidade, atribuindo a morte simbólica à prefeita Josi Nunes, ao vereador Ivanilson Marinho e aos outros onze vereadores que votaram a favor da emenda que configura a mais grave interferência política na história da instituição.

Após os discursos na sede do poder executivo, os manifestantes marcharam pela avenida Goiás até a sede da Câmara Municipal de Gurupi, onde expressaram sua indignação contra os vereadores, principalmente pela aprovação da emenda em uma sessão sem aviso prévio, realizada na calada. Além dos caixões, a comunidade acadêmica empunhou flores, faixas, cartazes e um carro de som durante o ato que teve início às 08h30 e terminou às 10h30.