Nos eventos públicos organizados, espera-se que a comunidade tenha a oportunidade de participar ativamente e prestigiar momentos de grande importância.

Imagem meramente ilustrativa

No entanto, um comportamento recorrente tem causado grande desconforto ao público presente: assessores de políticos que, com suas câmeras e celulares, obstruem a visão dos espectadores, por vezes, em nome da vaidade e da necessidade de autopromoção.

Em eventos que reúnem várias figuras públicas, é comum ver uma verdadeira multidão de assessores posicionados estrategicamente na frente do público, tentando capturar cada movimento e palavra dos seus contratantes. Essa prática, embora pareça inofensiva, prejudica significativamente a experiência daqueles que se deslocam até o local para acompanhar de perto as atividades e discursos.

Alguns defendem essa ação como uma forma de “prestação de contas” à comunidade, alegando que os registros são necessários para mostrar transparência e informar os cidadãos sobre o trabalho dos políticos. No entanto, essa justificativa não se sustenta quando a execução da filmagem e fotografia atrapalha a própria comunidade que deveria ser beneficiada. A verdadeira prestação de contas deve ser feita de maneira respeitosa e profissional, utilizando recursos que não interfiram na experiência do público. Além disso, podem-se compartilhar essas informações através de outros meios que não comprometam a participação ativa dos cidadãos nos eventos.

Imagine uma cerimônia de inauguração ou uma audiência pública importante para a comunidade. O público presente, que muitas vezes inclui idosos, pessoas com dificuldades de locomoção ou simplesmente cidadãos interessados em participar ativamente, é forçado a assistir ao evento por entre câmeras e celulares levantados. Essa situação não apenas cria uma barreira física, mas também gera um sentimento de desrespeito e desconsideração pelos espectadores, que são tratados como meros figurantes em um espetáculo voltado à autopromoção dos políticos.

A vaidade e a necessidade de aparecer não podem sobrepor-se ao direito do público de participar plenamente dos eventos. É essencial que haja um equilíbrio entre a necessidade de registro das atividades dos políticos e o respeito ao público presente.

Ressalta-se que a realização de registros e coberturas dos eventos é válida e até necessária para informar a comunidade sobre as ações necessárias. Contudo, é imprescindível que haja moderação e cuidado para que esses registros não atrapalhem o público presente.

Assim, sugere-se que os assessores adotem posições discretas, postando um comportamento que não obstrua a visão dos espectadores e, principalmente, priorizem o respeito aos presentes. Afinal, os eventos públicos devem ser espaços de interação e participação da comunidade, e não palcos para exibições individuais.

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