A psicóloga Karina Correia, que atua na 9ª Delegacia de Atendimento à Mulher e Vulneráveis (9ª DEAMV), de Gurupi, no sul do Estado, participou na última terça-feira, 20, de uma reunião realizada na sede do Instituto de Assistência dos Servidores Público de Gurupi, visando a construção de um projeto para melhor atender as mulheres, filhos e demais dependentes, em situação de vulnerabilidade, em razão da violência doméstica.

A reunião foi uma iniciativa da nova diretora da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania, Dani Prado. O encontro reuniu órgãos pertencentes à Rede de Proteção à Mulher do município de Gurupi, no intuito de identificar a situação atual da rede e as principais demandas e dificuldades, com foco no fortalecimento das ações e políticas públicas voltadas à mulher em situação de violência.

Na oportunidade, também foram realizadas tratativas no sentido de reativar o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher com eleição de nova mesa diretora e com isso, fortalecer as ações de atendimento e acolhimento.

Fluxograma de Atendimento

Ao fazer uso da palavra, a psicóloga Karina esclareceu aos demais participantes como é realizado o atendimento psicológico às mulheres em situação de violência e a vulneráveis, no momento em que comparecem à Delegacia Especializada da PC-TO em Gurupi, para registro de ocorrência policial.

“Estamos formalizando as tratativas para a implementar um fluxograma de atendimento, desde a notificação da violência sofrida não somente pela mulher, mas também por idosos, crianças, adolescentes e demais vulneráveis, que são atendidos e assistidos pela 9ª DEAMV”, disse Karina.

Durante o encontro, a psicóloga explicou todos os procedimentos frisando que muitas vítimas comparecem à Delegacia Especializada e não são capazes de prestar as informações sobre a violência que sofreram. “Desse modo, faço esse atendimento no sentido de dar tranquilidade à vítima, até que ela seja capaz de prestar os esclarecimentos à equipe da Delegacia da Mulher”, explicou.

A profissional que, além de atender as mulheres e dependentes em situação de violência, também presta assistência aos policiais e seus familiares, ressaltou a necessidade da criação de uma instituição que seja capaz de oferecer atendimento psicológico e assistencial contínuo às mulheres, crianças, adolescentes e idosos em situação de vulnerabilidade.

Casa de Acolhimento

Ela também reforçou a necessidade de criação, no município do sul do Estado, de uma Casa de Acolhimento às mulheres em situação de violência, que necessitem de proteção policial, devido ao risco de ocorrência de outros episódios de agressão física, verbal e ameaças, além de outros tipos de violência, as quais estão sujeitas, sobretudo no tocante a violência doméstica que são perpetradas, em sua grande maioria, por parceiros e ex-parceiros, que em muitos casos, não aceitam o fim da relação.

“Essa é uma demanda muito urgente e necessária, visto que muitas mulheres, por não encontrarem apoio da família, amigos, ou de uma rede de proteção adequada e atuante, acabam tendo que se mudar de Gurupi, com medo da violência, em razão do fato da não existência de um centro de apoio especializado à mulher na cidade”, frisou.

Acompanhamento e tratamento

Karina Correia também reforçou que o tratamento psicológico e o apoio social às mulheres é muito importante. “Um tratamento psicológico não acontece em um ou dois encontros ou de forma esporádica. É preciso que haja uma frequência nesse atendimento, no mínimo semanal pelo menos por alguns meses, para que seja realizado um trabalho de ressignificação da posição da mulher na sociedade, na família, em relação aos filhos e aos companheiros. Assim, o trabalho psicológico precisa ser levado a sério para que algo de novo possa surgir e esse novo forje uma mulher mais independente, mais livre e que possa fazer escolhas diferentes, melhores e mais saudáveis para a própria vida”, explicou a profissional.

“O evento foi muito benéfico, pois a partir das tratativas elencadas e das sugestões que foram mencionadas, a psicóloga Karina, que já presta um trabalho de excelência, no atendimento cotidiano das demandas da 9ª DEAMV, poderá, juntamente com a delegada Valéria Lustosa e demais membros da equipe, formular estratégias que melhorem ainda mais o atendimento a todas as pessoas que procuram a delegacia diariamente. Além disso, as sugestões encaminhadas pela Dra Karina, visam contribuir de maneira muito significativa para o fortalecimento da Rede de Proteção à Mulher em situação de violência em Gurupi”, ressaltou o delegado regional Joadelson Rodrigues Albuquerque.

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